A lenda da borboleta
Há mais ou menos 1200 anos A.C., surgiu o povo Celta e em menos de 600 anos conseguiram se espalhar por toda a Europa.
Este povo, acreditava que a natureza era a voz que unia o mundo da deusa Mãe terra com o mundo dos homens e quem fornecia todo abrigo e alimento. Em retorno, a humanidade deve-ria louvar as pedras, as montanhas, os campos e florestas, os rios e oceanos em agradecimento.
Acreditavam também, que as árvores representavam a sabedoria do universo porque suas raízes habitavam o solo adquirindo o conhecimento profundo da terra e seus galhos alcançavam o céu trazendo o conhecimento da luz.
Conta a lenda celta que das raízes das árvores e da luz surgiram as fadas. Eram tantas que existia o reino das fadas e as principais atividades de todas eram: cuidar das plantas e defender a floresta.
Entre todas as fadas, surgiu Etain, de rara beleza e bondade.
O Rei das fadas, Midir, ficou completamente apaixonado e a rainha fada, com ciúme, re-solveu matá-la.
Mas, como as asas de toda fada é feita de luz e não poderiam ser destruídas; transformou Etain em uma borboleta e usou de uma tempestade para levá-la para bem longe.
Passaram-se sete anos e mesmo não sendo mais uma fada, Etain continuou o seu trabalho: recolhendo o pólen de flor em flor; até que certo dia ao aproximar-se de uma festa humana na floresta, acabou caindo em uma taça de vinho e morreu .
Era a taça da rainha do povo celta. Admirada com a beleza delicada das asas, ficou profundamente entristecida em vê-la morta e desejou uma filha tão linda quanto aquela borboleta.
A deusa mãe ouviu , atendendo o pedido da rainha e meses de-pois Etain nasceu como uma bela filha da rainha. Sendo admirada por sua beleza e delicadeza, cresceu e casou-se com o grande rei da Irlanda, voltando para a sua terra natal.
Como todo o seu povo, o rei da Irlanda, adorava festas, reuniões e disputas; e sendo tradição celta sempre eram realizadas ao ar livre. Famoso por ser campeão de xadrez invicto, com arrogância prometia que quem conseguisse vencê-lo teria o prêmio que escolhesse.
Uma das disputas foi presenciada secretamente por Midir, que ao ver a rainha, imediata-mente reconheceu Etain.
Então, Midir usou de magia para esconder suas asas, desafiou o rei em uma partida. Sem dificuldades conseguiu vencê-lo e pediu um beijo de Etain como prêmio.
Derrotado, o rei teve que concordar e ao ser beijada, Etain lembrou-se de quem era. Apaixonados planejaram fugir do reino dos humanos e do reino das fadas .
Como Etain não era mais fada, Midir deu uma de suas asas e juntos de mãos dadas voaram e nunca mais ninguém os viu.
Verdade ou não verdade. É lenda!
E, as outras borboletas?
Dizem que os celtas acreditavam que tudo o que se faz de bom ou ruim retorna a quem fez. Assim, a rainha de Midir teve o mesmo destino de Etain: virou borboleta e se tornou a mãe de todas as que existem.
Elas vivem sobrevoando as flores, sendo boas para a natureza, na esperança de um dia voltarem a serem fadas.
Borboleta e alma são traduções para o termo grego: Psique (personagem da mitologia casada com Cupido que após perde-lo, precisou vencer vários desafios para reconquistá-lo). Simboliza: a alma humana, que purificada pelos sofrimentos e infortúnios está preparada para pura e verdadeira felicidade.
No Japão, o desenho da borboleta simboliza mulher graciosa ou ligeira, duas borboletas na decoração de um casamento simbolizam o desejo de felicidade matrimonial. Borboleta que voa para dentro de casa, simboliza mau agouro (superstição também encontrada em algumas regiões do Brasil).
Os três estágios da metamorfose da borboleta representam, simbolicamente, os três estágios do Cristianismo.: O arrastar incessante da lagarta e a constante mastigação fazem recordar a pequenez da vida humana sem a presença de Deus. A crisálida ou casulo lembra túmulo e sugere a sepultura vazia de nosso Senhor ressuscitado. A borboleta representa a ressurreição com Jesus para uma vida nova e gloriosa.
ivaniizidoro@hotmail.com
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