domingo, 16 de setembro de 2012

Rita Elisa

Parábola para Yasmin

  Certa mulher, um dia, junto com seu jardineiro, colocava grama no jardim. Ao chegar perto dos pessegueiros ela pediu para ele tomar cuidado, pois os pessegueiros eram especiais.
  Os galhos dos pessegueiros estavam compridos e dificultava a colocação das placas de grama em volta do pé. Em uma distração da mulher o jardineiro puxou do facão cortando dois grandes galhos do pessegueiro e, como se já não bastasse, xingando a árvore.
  Essa mulher aproximou-se e falou para o jardineiro que umas das razões pelas quais tinha comprado o sítio foi a presença dos pessegueiros que ela amou logo na primeira vista.
  Dali alguns meses, em julho, quase todos pessegueiros floriram, menos esse que foi judiado pelo jardineiro. Veio a primavera e no começo do verão os frutos abençoaram os pessegueiros... menos o que foi mutilado e xingado pelo jardineiro.
  A mulher sempre teve atenção especial ao pessegueiro judiado. Conversava com ele, o acariciava, tirava as pragas, colhia os gravetos secos que dele teimavam a deixar cair. As pessoas falavam em sacrificar o pessegueiro.
  Fim de verão, as árvores se despiram dos frutos. Guardavam energia para o novo ciclo. A mulher foi cuidar de seu pessegueiro, estava triste porque alguns dias antes tinha caído um enorme pedaço da árvore. Então, ela abraçou o pessegueiro e pediu desculpas pelo jardineiro ter sido tão insensível. Beijou o pes-segueiro. Falou para ele que mesmo assim, seco e sem ânimo, ainda era palco para os passarinhos cantarem, não ia cortá-lo.
  No outro dia a mulher, como sempre, foi ver o pessegueiro e teve uma alegre surpresa! Em um dos galhos, uma flor abriu da noite para o dia. Ela chorou, riu e cantou agradecendo o dom da vida do pessegueiro.

 Yasmin, quando algo ruim acontece sem que a gente pudesse controlar a situação devemos cuidar a cada dia para que a cura apareça. Mesmo quando tudo parece irremediável, quando disserem que não tem mais jeito, acredite na força do amor. Aposto que o pessegueiro vai florir. Mesmo que não seja a época.


TELHAS

  Certa mulher ao amanhecer olhou para o teto da casa simples do sítio, onde não havia forro e as telhas, enfileiradas compunham o telhado.
  O sol anunciava que o dia era belo, cheio de luz.
  As telhas, uma ao lado da outra, suspensas pelas vigas de madeira, deixavam passar os raios do sol.
  Cada uma a seu modo. Em algumas passavam muitos raios, em outros um pouco menos, em várias quase nenhum e pouquíssimas não davam vazão ao sol.
 
 Yasmin, a Luz é a mesma, porém, cada um a deixa entrar em seu coração de um modo diferente, alguns abrem vãos grandes onde a luz tem poder maior, outros nem tanto, deixam pouquíssima luz passar. Depende de nós a abertura que damos à Luz de Deus em nossa vida. Se o espaço for estreito, não adianta, haverá pouca Luz, porém se confiarmos um bom espaço, Deus nos inundará com sua Luz.

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