quarta-feira, 9 de maio de 2012















Mãe nunca morre!

`` Nada do que possa me acontecer 
foge do olhar de minha Mãe....´´



  Era um desses dias comuns e abençoados por DEUS como sempre. Acordei muito bem disposto, tomei meu café da manhã e fui para o trabalho.
  Como sempre faço já como um ritual, tirei o carro da garagem ouvindo as primeiras notícias no rádio e no meio do caminho coloco meu CD do DUNGA, um presente de minha irmã, que não sai de dentro do rádio e ai daquele que tirar de lá. Estava dentro do horário, e tudo corria muito bem no meu trajeto, velocidade da estrada obede-cida, sem cortar na faixa dupla, dando passagem para aqueles que tinham dormido um pouco mais e estavam atrasados, querendo me ultrapassar e o mais legal que percebi que todos pareciam meus amigos, uns acenavam como gestos de obrigado outros acendiam as luzes, dei passagem para os motoqueiros que também buzinavam, tente qualquer dia andar tranqüilo, faça essa experiência. Mas como tudo que é bom dura pouco e o que é inevitável é breve, chegando a portaria próximo ao Corpo de Bombeiros, vi o caminhão aguardando para sair no portão e os carros à minha frente todos passando e nem ai para situação, mas eu aprendi com meu pai que sempre que puder saia da frente e dê passagem para os bom-beiros,  pois eles tem prioridade mesmo que não seja uma emer-gência, em sinal de respeito pelo trabalho que eles prestam a sociedade. Olhei pelo retrovisor e não vi ninguém atrás de mim, pensei comigo vou mandar  ele entrar, já tinha deixado passar todo mundo mesmo! Então diminui chegando a quase parar e dei sinal para que o caminhão entrasse na estrada. Pra que! Ouvi só uma frenagem brusca e ao olhar pelo retrovisor vi um carro dançando tentando frear  para não me acertar, olhei pelo retrovisor novamente e vi duas pessoas, e num gesto de balançar a cabeça negativa-mente e levantar a mão para apontar para o caminhão que acabara de entrar na estrada, o motorista me retribuiu com um gesto obsceno com as mãos. Meu dia azul ficou negro e nublado, senti muita raiva, fiquei enfurecido, coloquei meu carro em movimento encostei e dei passagem mesmo com toda raiva do mundo, para aquela pessoa que estava com tanta pressa, quando ela me ultra-passou ainda buzinou aí eu fui à loucura. No momento de raiva não pensamos em  nada e em ninguém, meu CD já não me passava suas mensagens, foi quando fiz a curva e vi  o tão apressado à minha frente parado no sinal. Não agüentei, colei em sua traseira, abri a porta do meu carro tirei o cinto e num gesto enlouquecido desci do carro para tomar satisfação com o condutor daquele veículo que num único gesto de defesa quando me viu  foi de apertar o botão do vidro elétrico e levantar até em cima. Quando cheguei em  sua janela vi que era uma senhora e um senhor e quando olhei para aquela pessoa apreensiva com o meu ato inesperado, aconteceu algo que me fez parar com meus xingos e toda minha ira, vi no rosto daquela senhora o rosto de minha mãe sorrindo e antes que esmurrasse aquele vidro voltei para meu carro com as lágrimas nos olhos, pedindo perdão e arrependido daquele ato. Hoje quero através  deste  texto pedir desculpas para aquela senhora, e as pessoas que presenciaram to-do aquele meu momento de descontrole e afirmar à todos que: AS MÃES NUNCA MORREM, mesmo tendo minha mãe partido desta vida NADA FOGE DO TEU OLHAR.


Francisco Sales Júnior

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