quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ivani Izidoro

A GRAÇA DO NOME 
 Outro dia, fui surpreendida por um costume raro e poético para perguntar o nome das pessoas:  

  -Qual a sua graça?
  - Ivani e a sua?
A “fala” tem sua origem na cerimônia de batismo católico, onde pela vontade da família a criança se torna cristã, recebe a graça de Deus e junto com a graça, o nome. Ou seja, o nosso nome é GRAÇA de DEUS!
Considerar o nome uma graça divina (independente da questão religiosa), é fé na existência de  um DEUS PAI amoroso. Um pai que nos considera únicos no mundo. Pensar na nossa existência  assim, é no mínimo, bárbaro!
Sendo uma marca carregada de significados, em algumas tribos indígenas é tão grande a importância do nome, que só é dado no ritual de passagem da infância para a vida adulta.
Na nossa cultura recebemos o nosso após o nascimento e só existimos para a sociedade quando o nome é registrado em cartório. 
  Questionamentos à parte por esta pobreza cultural de se fazer existir, o nome pode ser a primeira tristeza ou alegria ao portador. 
Nome é coisa séria! Palavra tem poder e palavra escrita, muito mais!    
  O estudo dos nomes (origem, significados) deveria ser conteúdo nos cursos de preparação para gestantes, assim como deveria ser obrigatório que todo escrivão tivesse  formação em letras, pois muitos absurdos acontecem nos cartórios: Maikon, Michael, Mike (lidos da mesma forma) Rian, Raian, Cauâ, Cauan, Kauan  e por ai vai!
Nomes não pensados viram piada ou pesadelo: Jonh Paul Michael Richard da Silva, Paulo Paul da Silva,  Anacesariana (Ana+Cesar), Fabriciana  (Fabrício+Ana).   
E os inventados?! Sorte quando dá certo!
Foi o caso de uma jovem simpática e bonita que conheci outro dia. E com permissão, conto sua história! O seu nome é  AIANDA. 
Quando ouvi, achei bonito, diferente e a pronúncia me lembra nome indígena. Curiosa  perguntei  se conhecia a origem e ou significado. 
- É Aianda mesmo!
- Como?!
“Sabe, meu pai, sempre gostou de motos.
Ele e minha irmã (que também gosta de motos)  antes do meu nascimento, viram na rua uma moto fantástica. Meu pai achou linda, potente e quando ele falou:
- Filha, olha só que moto!
Minha irmã respondeu:
-Aí  anda, né, pai?! 
- Meu pai entendeu que AIANDA era a marca da Moto e achou lindo. E assim ficou meu nome: AIANDA!”












Ivani Izidoro
ivaniizidoro@hotmail.com

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