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Zenilda Lua
A tarde nem tinha começado direito e ela encostou-se a churrasqueira e pegou no sono.
Sua cor era de um azul tão festivo que humilhava o céu do sertão todinho.
Chamei a Brisa para assistir aquela oferta de amor silênciosa.
Veio sorridente com seu inevitável cuidado fotográfico, registrando a raridade daquela beleza.
Dois cliques e nenhum arremeço de suspiro ou reclamação.
Abaixei o som.
Putz!
O cheiro da chuva e a fanfarra dos trovões oferecia riscos.
Voltei ao local e ela permanecia estática feito àgora grega, linda como um poema do Drumond.
As borboletas tem sono leve, pensei.
Vou gritar por ela.
E gritei por imposição da circunstância. Nenhum aceno ou pedido de espera.
Toquei-lhe as costas com o fura-bolo e nada.
Incomodada com aquela postura restou-me apenas transmitir seu recado:
-Diga aos amigos que tive uma vida maravilhosa....
(e desceu leve pela correnteza que escorria da calha).
Rita
ResponderExcluirLembro dessa tarde como se fosse agora. Uma chuvaiada boa,Brisa experimentando sua liberdade fotográfica e uma borboleta silenciosa...
Tudo azul feito essa alma de flor que tu carregas.
Beijos interessantes de gratidão e bem querer
Um poema feito é magia... eterniza momentos, além de dividi-los com amigos, conhecidos e desconhecidos. Afinal... é para toda a vida!
ResponderExcluirBeijos, felicidades e a paz!